DAS ENGRENAGENS
Engrenagens
Imaginam
O tempo
Lendo-o
Através dos tempos
A deitar fora
O caminho
Das imensas luas
Desatados ventos
Oceanos em marés
Do desquantificar
Medidos intentos
Dos homens relógio
Pequenos a tentar
(os donos do tempo)
Perdidos em seus inventos
Minutos em horas
O "já" não mais aos ventos
De um seguir detento
Aos ponteiros
Seus "agoras"
Foguetes
Insanos à lua
Do pensamento vão
Ao largo
Dos pequenos vãos...
Momentos
Do germinar a vida
Onde nasce a flor
Que sobe-se
Em tenra haste
A escalar as dimensões
Do "é" do tempo
A brotar silêncios
Ao extremo de dizer
Pétalas
Em gotículas d'água
Refletindo luas
Que dançam
À magia
Água fogo terra e ar
Engrenagens
Neste poema
Que sonho
A descer em linhas
Aos assovios
De ventos
Que vêem
Imemoriais
Doutros tempos.