Além, de volta para cá, especial será

Além, de volta para cá ...

especial será...

Além,

de volta para lá,

especial será...

Insone uma alma deita,

espera no quarto gelado,

arfando na timidez resultados,

aguardando chegadas mutantes,

de alguns mais coitados...

Coitados?

Reflete... Responde a si mesma...

Seria insanidade pensar assim...

Lembra-se ...

dos suicídios culposos,

dos tempos escabrosos,

de madrugadas quentes

e das noites sem fim...

refletindo contendas,

imendas senhas,

imensas sendas

de um imaginário delirante...

Tateiou vidas sim,

pulou tempos raivosos,

repetiu o delírio da insanidade

das encarnações perdidas,

dos vazios, das lidas...

dos mortos ou semi-mortos

que foram zumbis...

Seres semelhantes em fogo,

delineados distantes por rios,

por esguias e sinuosas,

colinas partidas de frio.

É seu canto lamúria

que lhe acorda,

seu traçado paralelo desigual,

vê o seu olho na chama da luz,

queimando a retina

grossa e matinal.

Estar acordado além de hoje,

É ir Além, de volta para lá,

especial será...

é seguir descompassado

seu passado sem semente

um passado demente

é seu limite além da lua.

Além,

de volta para lá,

especial será...

poderá confrontar

novos valores,

viver novos sabores

de vida em lar...

O que acontecerá,

a alma insone não sabe...

mas buscará estar

sempre especial para si!

Autoria de

Silvania Mendonça Margarida

Junho de 1998.

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 02/09/2008
Código do texto: T1158775
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