Asas Guardadas
Porque falas sempre
só em raios e trovões
e xingamentos jogas,
se somos todos perdões ?
Somos deuses, sim,
caímos do céu até
e rimos e choramos,
conseguimos sempre ter fé.
Porque pragas na língua,
se ainda sentes formigar
o lugar em que tuas asas,
acharam por bem se guardar ?
Somos anjos, sim,
breve ao céu voltaremos;
que em anjos, deuses e santos,
um pouco, ainda cremos.