O MEU CRISTO
Brasília-DF, 15/08/2008
O meu Cristo ...
Não é aquele da fé
Construída às amarras
Na história de sangue enlameada,
Justificadoras das guerras,
Dos poderosos aliada ...
O meu Cristo ...
Não é aquele da fé
Dos que enriqueceram
À custa da ignorância ou inocência
Dos milhões que, à esperança,
Deram as duas faces
Em troca de uma fórmula de bênçãos
E submissão ...
O meu Cristo ...
Não é aquele da fé
Que foi mal interpretada na história
E que se escondeu atrás de ritos
E homilias demagógicas e alienantes ...
O meu Cristo ...
Não é aquele da fé,
É infável e não pode ser reduzido a nenhum rótulo,
Mas é aquele que entrou na história
Do povo simples e pobre,
Que, com ele, caminhou e suportou
Seu sofrimento; que se fez irmão dos moribundos;
Dos excluídos; renegados; desvalidos;
Dos doentes; dos impuros; e prostitutas ...
E que se fez irmão e deu sua vida ao outro ...
O meu Cristo ...
Não é aquele da fé!
Ele não me aliena,
Me insere e não me deixa esquivar
Das feridas e problemas do mundo ...
O meu Cristo ...
É aquele que está ao meu lado
A mostrar o seu Reino,
Que já está implantado,
De justiça e de amor
Que só não vê,
Quem tem o coração de pedra.
O meu Cristo ...
É aquele que independe da fé
Que caminha comigo, me acolhe e me ouve,
Que é meu amigo em troca de nada,
Que é o que sou diante dele .