Chave Oculta

Quem és tu, que tão sem voz

Me habita a vida e abismos

Que me abismas na questão

Que me imperas nos motivos

Por que procuro-te eu

Dentre as crenças e achismos

Nas respostas do ateu

Nas perguntas do Cubismo

E por que te embrenhas tanto

Nas rugas de tantos rostos

Torna o tempo feio e santo

Belo manto de desgostos

Te degusto porque foges

Qualquer linha racional

Desde aqueles que se imolam

Queimando consigo o Mal

E o Bem que se interpolam

Neste equilíbrio informal

Eis que chave que ocultas

Destas portas que hoje acho

Dorme sob o travesseiro

Eu por sobre, ela debaixo

Firmando o que já é certo

Mas nem sempre se consegue

Perceber: não há pergunta

Que a resposta não carregue