A minha morte
Cada olhar, triste, poucos, mas tristes
Aliás, sinceros…
Cada gesto, lento, poucos, mas lentos
Aliás, suaves…
Uns, em pranto
Outros, silêncio
Eram poucos, aliás, muitos…
Os olhos não podiam ver
Tampouco o coração sentir
Apenas o vôo da despedida
Mãos dadas ao além, enfim, que sensação!
Os prantos aumentaram, e com eles, as lágrimas
Alguns estranhos: o branco e o cinza
Nuvens, muitas nuvens…
O olhar fixo, espantado e até atemorizado
E as mãos dadas ao além…
Compreender
E aceitar sem questionamento
Apenas observar:
Os pés frios, o corpo frio…
Vestir o traje favorito
Mesmo não sendo o de gala, simples
Opção por flores claras, perfume suave
Não marcar presença, mesmo estando
E as mãos dadas ao além…
Agora, só observando
Com critérios e sem desespero…
O corpo eleva-se
Depois flutua suavemente nas ondas do espaço
Brandas e o encontro com o mar
E as mãos dadas ao além…
Ultimo vôo do pássaro azul…