MARCAS....
MARCAS
(Poet Ha, Abilio Machado)
Cambaleante pela garôa fina
Os passos fracos e cansados
Frágeis e descalços sobre...
ESPINHOS
de água fina e fria.
O espelho das imagens
Misturam-se lágrimas e
CHUVA...
O medo faz tremer só_ (lidão)!
Amargo desprazer de lembranças
Conservadas nas raízes da memória
ENFRAQUECIDA...
Pela seringa que jaz ao chão.
O grito no meio do nada
Um berro em forma de sussurro
Que ninguém ouve
Apenas o SINO ao longe...
Que delém... Delém...
O vôo, as asas cortadas, aparadas
O fluído que acende no sangue
ENTRISTECE,
“São sete horas em Brasília.”
A fumaça, baseado ou coisa e tal
Não traz alegria, me leva...
Desemboco no VAZIO...
Uma falta...
Cadê vocês?!
Agora deitado nesta cama quente
FLORES e pessoas acercam-me
Falam coisas, dizem outras
Por que não antes?
Ai de mim...
Cobrem o meu BERÇO com um tampo
Eu quero sair!
Abram, tirem-me daqui.
Olho e acompanho, carregam-me...
Antes, eu queria TANTO um colo...
E ninguém mo deu!
É um sonho ruim,
A DROGA, só pode ser.
Por que essa massa pronta,
esse cimento?
Sou... Tenho medo.
___Não! Não me fechem!
Meu CORPO vai morrer aí...
Sobre meus próprios joelhos
Debruço-me e choro, soluço...
Retornam as últimas imagens...
Me DESESPERO:
__Muito, muito tarde...
Já morri!
(Edit. Campo Cultural. Nº13. Ano III. Pg. 05)