PORQUE?

PORQUE?

A sede era tanta

Que nem toda a água do mar

Lhe umidificava a Língua.

Logo ele que bebia

De todas as Águas do Mundo.

A secura de sentimentos o transforma

Em uma Mina de Sal

Desertificando assim

Seu pérfido coração.

Um ser só,

Severo e endurecido,

Perambula por dias quentes

Noites frias

Estabelecendo

O Caos na Solidão.

Mestres da Incoerência,

Fadas da Misericórdia,

Doutores da Intolerância,

Deusas da Discórdia

E Caçadores de Excelência

Aliam-se ao parvo cavaleiro

Em busca do Fim.

Mas, quem há de guerrear

Com o Criador?

A quem interessa a devassidão?

E quem ainda se guardará Criatura?

Enfim, luta perdida,

O solitário ser

Entorna a mágoa,

Água de sua vida,

E segue eremita

Escalavrando a Terra.