A unha do dedo maior era grossa.

Um canivete era-lhe exigido a apará-la.

Era grande e branco o pé:

Moldou-o o coturno, a sandália, a vida...

As meias marrons, banhadas de anti-séptico,

Escorregava-o pelo sapato de couro do mesmo tom.

O sapato mirava-se no brilho do olho do menino.

—Quantas vezes o poli!

Deixou pegadas o pé de meu pai.

Foi além de onde o apelo se furta.

Restaurou rotas perdidas, plena de ceifadores de vida,

Até vales e portos repletos de especiarias.

Desbravou a mata , viu o seio da montanha de cobre.

Já sem sorte, a ortopedia não pode classificá-lo.

A paleontologia...um dia...

A poeira e a lágrima, hoje, tentam.

Doze pés levaram-no ao seu último passeio;

Moldava-lhes ( aos seis ) a morte.

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 22/06/2008
Código do texto: T1045563
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