Manual inteligível parte 1 - Se esse algodão doce falasse
é deitado assim,
procurando desenho em nuvens,
trancafiado em minhas tormentas,
que o dia passa a ser noite
e a tarde fica pregada
aos músculos do meu rosto
-pléc-
"um raio em forma de tempo
e uma pedra em cima do vento"
é explicando dessa maneira
que conforto minha resposta;
a deixo a vontade, já dando logo em mãos,
escova de dentes e toalha de banho.
-sinta-se a vontade!
é a voz que soa abafada
por debaixo das cobertas
mas como proceder assim
se a resposta está na pergunta
e a pergunta
é uma incógnita na borda dessa piscina
de sugestões e mundos paralelos?
isso não deveria soar como uma pergunta.
essas, não deveriam ser palavras.
eu não deveria estar errado.
tampouco deveria ter tentado;
químico-maloqueiro
síntese do macumbeiro
é como uma explosão.
os átomos se aproximam
passo a passo
cantando juntos
o desgasto do caminho
até o final apoteótico.
sem alface nos dentes
e com as lentes limpas
desta vez,
deveria tentar acertar o alvo
e não o meu tabuleiro,
que sugere alquimia psíquica
esquentar a idéia
até ela se tornar solução
(daquelas que curam cegueiras
e matam a sede).
abrir os portões do inferno
trocar as lâmpadas do oceano
driblar o tempo e se tornar
de uma vez por todas
senhor das próprias oportunidades.
afinal, aquela ali é um elefante ou um rato?