DE LIRA

Bravos braços passos largos de serpente

Um colar

de dentes

-de

-tigre

Um cocar

de penas

da

ave avermelhada

Apaga a chaga pagã

Não a chama d`um xamã

Afaga a lama a lã

a lâmina dourada

que corta o ararefeito

da pálida manhã

A lira o lírio o delírio

o brilho

da flor-do-campo-de-lótus-de-lis

Flor

Flúor

Fluxo refluxo

psicoenigmático da aura

ALMATERNA

ALMATRIZ

Preenche a cor-corpo anis gris

Os dois gumes da faca

recorta a amora da pele

Derrama rama rama rama um sanguescarlate

O candeeiro-lampião-lâmpada

revela vela vela a negra face

na fumaça

A cobra-coral cobre

a folha

a planta

e imanta

o corpo-cor

num nu natural que a si se descobre.

FELIPE REY

Felipe Rey
Enviado por Felipe Rey em 31/05/2008
Reeditado em 31/05/2008
Código do texto: T1013238