DE LIRA
Bravos braços passos largos de serpente
Um colar
de dentes
-de
-tigre
Um cocar
de penas
da
ave avermelhada
Apaga a chaga pagã
Não a chama d`um xamã
Afaga a lama a lã
a lâmina dourada
que corta o ararefeito
da pálida manhã
A lira o lírio o delírio
o brilho
da flor-do-campo-de-lótus-de-lis
Flor
Flúor
Fluxo refluxo
psicoenigmático da aura
ALMATERNA
ALMATRIZ
Preenche a cor-corpo anis gris
Os dois gumes da faca
recorta a amora da pele
Derrama rama rama rama um sanguescarlate
O candeeiro-lampião-lâmpada
revela vela vela a negra face
na fumaça
A cobra-coral cobre
a folha
a planta
e imanta
o corpo-cor
num nu natural que a si se descobre.
FELIPE REY