O Poço

Dentro desse poço eu me vejo

Fortaleza profunda de pedra

Guarda-me, mata-me.

A escuridão virou abrigo

Abrigo do medo

A garganta profunda de pedra

Reside dentro de mim

Há humilhação já vive lá fora

Dentro do que é sombrio só desespero.

Escorre o sangue da alma na parede de pedra

A ansiedade guardada nos tijolos molhados

Já imerso nas águas da garganta de pedra.

A terra que vem de cima tampa a luz

A água suja guarda o resto de uma vida não vivida

Vegetando diariamente nesse poço sem fim.