Outono

Olho-me no espelho

Não vejo nada além de um reflexo vazio

O canto dos pássaros atordoa minhas lágrimas já escassas.

Meus versos somem

Meu sorriso falece

Meu tempo é presente

Estou condenada à forca de palavras

Sinto o céu no caminhar de meus pés

E a chuva apenas inunda as cartas de despedida

Agora só me resta calar as canções.

Enxergar em preto e branco minhas doces ilusões.

Não perca mais tempo...

Sufoca-me de uma vez e leve contigo minha dor.

Faça dos bancos vermelhos a platéia.

Deixe a melodia de uma fogueira que nada queima

Deixe as cinzas de uma infinita falta de ar

E no entardecer de um outono qualquer

Deixe apenas as cordas que enforcaram uma paixão.

Janeiro de 2006

Menina Beijaflor
Enviado por Menina Beijaflor em 20/05/2008
Código do texto: T998216
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