Das eternas mortes III
*
Antes que acabem
as rendas brancas da lua
e o grito da noite,
o último medo rasgará o vento.
Enquanto quatro mãos costuram,
placidamente,
estrelas nos pés de Deus,
o horizonte imerge
numa última sonata...
Antes do nascer
do dia,
na vermelha morte da madrugada
Haverá fogo nos teus olhos
e nas duas vidas
que habitam em ti,
que, desesperadas por amanhecer
Sabem que quando tudo se consumir,
Uma não irá morrer.
A outra,
sim.
(Jessiely)