Frívolos Fragmentos Frígidos
A vida é branca e terna como a neve, no entanto é fria e triste...
A tempestade que há lá fora não cessa; entretanto aqui há outra
Mais calma, mas com o mesmo frio – espiritual, e não físico –
O qual se mostra nos olhos os quais estão em prantos e destruídos...
As bases d’a alma; entretanto, luta-se para não cegar na tempestade:
A leveza é pitoresca, a alma há graça, há alma na genialidade;
Onde há beleza há tristeza eu bem sei, mas infelizmente é verdade...
E o contentamento é um pranto de alguém que continua infeliz...
A inércia é infinita: canção interminável há de se continuar;
A elegância na arte, não obstante, não será como sempre quis...
Contentar-se-á descontente a tempestade branda a parar de nevar.
Viver em uma dimensão onde não se sente o frio, e ser o próprio,
É sentir o frio, e já sentira, quando se fora mais jovem e inexperiente...
Olhar o alvo branco e – ficar cego – a luz que te mostra e te cega...
As forças se perdem na paisagem fria e perdem-se de repente,
Talvez escondida e não mostrada na face, para quem te espera,
A não disfarçar o tédio de viver uma vida sem vida a ser vivida
Sem ser vivida a tal vida cuja esta n’alma está a vida...
Esperar a vida é como querer a morte a si mesmo a si...
É lastimável perder a vida tão cedo mesmo sem a ter,
E saber que tudo o que você viveu não passou de uma mentira...
Viver sem viver é como viver a morte sem vida como o seu viver.
A frieza reflete em orgulho e este é com pura frieza...
Ser lacônico aos alheios é sentir o prazer de ser frio...
Não se trata com humildade quem não lhe trata com delicadeza...
Ser gelado e infeliz consigo mesmo a ponto de se ser sombrio,
Não é algo a ser tão difícil, só é algo disfarçado de proeza,
Talvez seja proeza ser frio e lacônico de um modo de si para si,
E conseguir viver no gelo e na frieza no profundo de seu ser...
Como será aceitar todos os problemas que caem sobre ti,
É como se transformar de uma maneira a conseguir e se consegue...
Ser um ser para ser o ser que transforma a sua vida e seu viver.
Ser calmo é: sofrer todas as coisas com a arte da meditação;
Usar a mente mesmo estando vazia, estando cheio de problemas;
Ser livre estando preso a um determinado espaço mental artificial;
Usar falsos sentimentos pensados da mente em vez dos do coração;
Estar triste por ser a tristeza e ser seu próprio dilema no dilema;
Viver uma dimensão livre com barreiras, barreiras psíquicas e mental;
O que é será ser tão frio e calmo numa pergunta onde se responde-se;
Se entregar-se ao irreal é tão ruim, rendendo-se realmente ao irreal;
Se esconder-se eis a arte de camuflar; numa mente onde esconde-se:
A arte da mente é uma mentira; viver presamente a uma arte mental.
A música que se ouve em minha alma é adocicada e com lástimas...
Lástimas que tornam a música fria e com um efeito galante...
As lagrimas formam um lago onde os Cisnes dançam com tristeza...
Movimentos pensados são todos que possui limite e o pensar do pesar,
Porém não perdem a leveza, a graça, e a estética da elegância;
E são tristes sem sê-los, mostram-se próximos estão longínquos,
Sente-se o critério do hemistíquio, parnasiana sentida fragrância
Sentida pelos galantes; todavia não pelo frio que a sente com frieza...
A música torna-se única e com a mesma misteriosa delicadeza
Não mostra-se no corpo; apenas no corpo da alma, onde fica a mente.
Fria como as lástimas de minha alma sentira, senti, sentia...
O frio aquece-me, deixando-me frio ao frio que me aquece...
Ao esquecimento alheio fico esquecido a quem e esquece-se...
A geada e o temporal da minha alma são calmas e eleva-se
A ambigüidade da tristeza o sentir leve são como neve,
Uma só não machuca e é bela; um monte delas são belas e ambíguas,
Mas a beleza machuca; o branco eterno cega-te, deixando longínquo
O contato brusco e fica fria como a neve, tocando-te, deixe-a fria
Sua alma, sua mente, seu corpo; ordem assim, ou contrária, e sombria:
Fria como as lástimas de minha alma sentira, senti, sentia.
O tempo está nublado, manhã fria, frio de estado...
A alma está como o tempo, fria de estado...
A tristeza mostra-se em meu pesar de espírito...
Que escondo tão bem, leve como nuvem branca,
Um cristal branco, metal, transparente, gelo e prata...
Sensível, mas forte para que não se parta,
A sensação de lástima parece-me franca...
As lástimas dos meus olhos da alma são mínimas...
Sinto o silêncio que se tem tornado o meu passado,
Como mim que perante a vida tristeza tem passado.
Ler uma poesia fria é igual ao da alma o fechar de olhos...
Sentir que o calor em si se morre; se se fica-se moribundo...
Certa fria vem de quaisquer técnicas poéticas, quaisquer são galantes;
A outra é sentir como a frieza da alma do poema que vai tão fundo,
O pesar leve e sutil e brusco como as estrelas distantes...
Sentir a tristeza não é como sentir essa: o agora muda o que é antes;
O mudar é efêmero assim quando o poeta acaba-se com um vazio;
Assim tu ficas ao acabar de meditar e não será fácil ao antes voltar...
Ficar-se-á instantes eternos quão transitivos em um profundo lugar:
Você ficará até acabar a poesia da alma cuja pensar traz-lhe frio.
(Angellus Lendarious)