O Ponto Escuro
O Ponto Escuro
Divirto-me hoje co’uma diverticulite
Que duma ileíte se faz acompanhar
Não bastasse já a crônica gastrite
Com a próstata cada dia a aumentar
É a terceira idade, idade de terceira
Na qual o cidadão apoucando a saúde
Detrai em vida o elmo da viseira
E vê quão perto está do ataúde
O fruto da vida, é flor que fenece
A ave da morte, rondando em agouros
E o corpo afinal, que tanto padece
Render-se-á no tempo à eternidade
Deixando a matéria, sem frutos, nem louros
Levando em bagagem... a triste saudade.
São Paulo, 15/05/2008
Armando . C. Garcia
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