COMBINAÇÕES
A existência enfadonha vai prosseguindo
Espremendo sentimentos, pensamentos,
revirando a noite, enterrando o dia,
contorcendo taciturnidades, mistérios,
complacente com o demônio, complacente com Deus,
Metaforando tudo o que de real existe,
aproximando o "eu bondoso", do "eu maléfico",
contracenando idéias e saudades, a realidades e revoltas,
combinando desejos e mentiras, causando impactos e contradições,
retratando figuras imaginárias,
reafirmando egos perdidos,
consolando corações aflitos, esquecendo o meu,
Retornando ao presente passado,
alimentando ardores irresistíveis,
escandalizando o íntimo mais íntimo e mais puro,
acorrentando felicidades e paixões,
abrindo portas para um céu estranhamente azul,
dando as mãos cegas, aos braços surdos.
(1975)