Devaneios II
Como poderia eu, que só fiz te amar, mais que tudo
Te escorraçar de meu coração partido em mil pedaços
Cheio de mágoas e rancores chorados e ressentidos
Lágrima por lágrima em cada noite de lua
Onde ouvi apenas ao longe, o som de sua voz
Ao deixar sem adeus, a casa onde fomos tão felizes
Mostrando que passou o tempo pra mim
E passou pra você também, que hoje é infeliz
A viver em remorso por todo mal que fez,
À um pobre coração que não lhe pode mais pertencer
Talvez por culpa do destino juvenil que se apresentou
Em uma forma inocente, escondendo por debaixo
Da seda do amor, o terror do choro no escuro, o medo
De sofrer, de ser, e enfim, por viver e de amor morrer.
E de uma vez nós dois restaremos sós e apartados
Apenas sofrendo de saudade, longe um do outro
Por orgulho, por receio, por procurarmos a solidão
Então sabemos que as noites serão intermináveis
Que os livros e as fotografias serão a maior prova
Do crime sem testemunhas que um dia cometemos:
O de amar sem importar-se com um ou com o mundo
De sermos felizes, completos e totais realizados
Sonhando o mesmo sonho, sermos eternos namorados