O VENTO



Lá vem o vento tão fundo e tão frio
Gemendo triste de tanta solidão
Encontra o vale mais que vazio
Tristonho ao vê-lo fica meu coração,

Magoa ele não ter consciência da vida
Nem tão pouco ter certa sua direção
Rasga os ares de uma forma atrevida
Buscando nos rumos uma consolação.

Teimoso carrega consigo as folhas
Espalhando-as por onde ele passar
As arvores de fugirem não tem escolhas
Escutam às vezes com medo o seu gritar.

No abismo da noite mais intenso se faz
O seu vozerio faz ser por todos ouvidos
O vento somente lamenta os seus ais
A perder o seu tempo em mundos corrompidos.

Contra a força deste gigante vento
Nada há que se possa vir a fazer
Nem mesmo nenhum pensamento
O removerá de seu grande poder.

Quando então ele se enfurece
E leva pelos ares os telhados dos lares
O coração da humanidade entristece
Pois deixa desabrigado milhares.

ANGELICA ARANTES
Enviado por ANGELICA ARANTES em 29/04/2008
Reeditado em 29/04/2008
Código do texto: T967707