Desistência

Poesia on Line. Mote de 25.04.2008:

Retirada

Respeite o silêncio

a omissão,

a ausência.

É meu movimento de deserção.

Abandonei o posto,

rompi a corda,

desacreditei de tudo.

Cansei de esperar que finalmente um dia,

minha fotografia

fizesse jus ao seu criado-mudo.

Flora Figueiredo

Calçada de Verão, Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 1989

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Desistência

Maria Quitéria

Pra você, só fui uma fotografia, um riso plasmado

pendurado, meio torto, na parede da sua tela,

a minha nudez foi aberta totalmente na sua janela;

uma mulher no centro erótico que vivia de lado.

Fui só letra pra sua poesia, a musa que insiste,

aquela Brigitte Bardot do filme antigo do seu ego,

daquele tipo ruim, que apanha e não desiste,

e que até levando um pé te chamava de meu 'nego'.

Fui mais uma, pendurada no prego do seu lance,

uma aguinha de rio que não se impede se vai indo,

trocada por outra qualquer que chegue sorrindo,

mais uma descartável que você teve ao alcance.

Sampa, 25.04.2008 11:58hs

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