Lamentações de Mefistófeles

Nas sombras do vale da dor caminho

Selvagem coração que a morte ceifa

Contágio inevitável com os parias intocáveis

Infernal abismo que tive que descer

Putrefato limo em supino desço

Olhos vermelhos cravados nos demônios

Doentio destino do anjo mais belo do empíreo

Flutuantes criaturas espectrais que aturo

No último e perpétuo plano para retornar

Na ocasião perfeita o troco será dado

No púrpura sangue dos inocentes

Anjos negros na missão impossível

Tento suportar os malditos humanos

Nas melhores sinfonias existo

Na presença da beleza me realizo

Na face da ciência me revelo

Nos sofrimentos me fortaleço

Intruso na melancolia humana

Cravo a adaga da sabedoria no homem

Cativo que sou deste lugar infame

Peço ao corvo, meu carrasco!

Que não tenha piedade de mim

Na pedra negra dos pecados

E na carne viçosa me escondo

“Até quando vai durar a dor na eternidade”.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 24/04/2008
Reeditado em 16/10/2008
Código do texto: T960159
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