Lamentações de Mefistófeles
Nas sombras do vale da dor caminho
Selvagem coração que a morte ceifa
Contágio inevitável com os parias intocáveis
Infernal abismo que tive que descer
Putrefato limo em supino desço
Olhos vermelhos cravados nos demônios
Doentio destino do anjo mais belo do empíreo
Flutuantes criaturas espectrais que aturo
No último e perpétuo plano para retornar
Na ocasião perfeita o troco será dado
No púrpura sangue dos inocentes
Anjos negros na missão impossível
Tento suportar os malditos humanos
Nas melhores sinfonias existo
Na presença da beleza me realizo
Na face da ciência me revelo
Nos sofrimentos me fortaleço
Intruso na melancolia humana
Cravo a adaga da sabedoria no homem
Cativo que sou deste lugar infame
Peço ao corvo, meu carrasco!
Que não tenha piedade de mim
Na pedra negra dos pecados
E na carne viçosa me escondo
“Até quando vai durar a dor na eternidade”.
HERR DOKTOR