Outras sensações

Ando perdido

nessa ausência

do meu corpo

que também se perdeu.

Ontem vi meu peito

arder em brasa novamente.

(Ainda dei-te um beijo docemente)

Minhas mãos explodem

num temor,

em tremores doentios.

Há dias

ando outra pessoa,

só em lembranças

me vejo como eu era.

Alguém me disse

que alguém me conhecia.

Já não sei distinguir

roseiras de baobás.

Toda noite chove

vinte e quatro horas por dia.

Minha carne adoece,

não estou sadío

como naqueles dias me vistes.

E minhas vestes

se agarram em mim

como se sentissem pena

de minha pele,

que chora

quando toca o vento.

Sinto-me expirar.

Dil Erick
Enviado por Dil Erick em 18/04/2008
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