Desabafar Poético - XIV
Numa noite absolvida de respostas
Onde a sede habita os lábios
E na alma o tudo do nada encosta
Seus lamentos e sutis presságios.
O som latente dos sinos ao longe
Enquanto a euforia é espantada
Não resta esperanças na dama afagada,
Não resta inspiração na alma de poeta!
Uma saudade irreparável,
Um amor insubistituivel...
É esse ainda meu combustivel
Para escrever e reacender a chama.
Incuravel é esta doença
Que me mata e corrói em cama
Impedindo-me de sentir a vida
Enquanto ainda a tenho...
Sem vinho para acalmar o espirito.
Somente uma febre atormentando a mente.
Eu não tenho mais meu antigo fulgor,
Estou realmente senil pela minha própria dor.
Sem mar, sem pôr, sem porto,
Apenas boiando mais um corpo morto
No vazio indolente da solidão,
Envolto rijo no esquecimento sem quinhão.