EU NÃO QUERO SABER DO NOVO

Quando a gente se vê assim

Tranqüilo depois de tanto ter chorado

O coração da gente pode respirar.

Assim, como me vejo,

Contando os estragos depois da tempestade,

Ainda doem todos os meus sentidos

E estou molhado da cabeça aos pés.

O que eu quero é ver de novo o teu sorriso

Aquele de quando eu chegava e não sabia o que dizer

Mas te dizia o de sempre

E tu parecia sempre gostar.

Eu não desejo o novo...

A não ser que seja a tua constância sempre inédita.

A tua alma me parece sempre deslocada de ti.

Você é corpo que se toca.

Só te queria, minha doce.

Não queria dez milhões de coisas raras

Nem dezenas e dezenas de roupas caras

só te queria, minha doce.

Quando a gente se vê assim

Tranqüilo depois de ter chorado tanto

O coração da gente pode respirar.

Meu corpo se treme todo só mencionar teu nome

Ou vir qualquer coisa que te lembre;

Tremo ao ver qualquer coisa bela.

Em outra faceta vi teu rosto

E vi o que acho que mostras no semblante

Eu vi, tive paixão, mas não tive amor.

Agora, que meus olhos se enchem de lágrimas;

E meu corpo todo se enche de vazio,

Não me pergunte se tenho outra paixão

Nem mencione qualquer coisa sobre outro amor...

Nestes últimos dias em que o sono é prioridade

Só este sentimento de vazio consegue suscitar

Uma vontade que supere a de dormir

A de escrever e dizer que me perdi por te perder.