Solo de Minh'alma

Solo de minh'alma...

Árido, trincado, sem vida.

Nada tens a oferecer, senão,

o vazio deserto profanado.

Nada nele é plantado...

Esquecido, perdido, abandonado.

Solo esfarelado pelo tempo, que então,

morre...ao calor do tempo.

Solo maldito, mal cuidado...

Não tens a chuva que te ressucita.

Nuvens, nem em sonhos te fazem sombra,

pois, de que adianta se estás morto!?

Solo de minh'alma, nem lágrimas

brotam de ti...seu leito dormente...

grita pela nascente esquecida...

Que nem teu rumo conheces mais.

Minh'alma transborda a dor da sede...

Suas fendas profundas, inertes, doentes...

Grita errante, não obstante, tivesse a alma,

forças para sobreviver.

Anna Müller
Enviado por Anna Müller em 03/01/2006
Código do texto: T93968