Ego

De quem é este rosto triste

Que o espelho teima

em dizer que é meu?

Lágrimas em sulcos sinuosos

atiravam-se para tocar o solo

Que a cada toque

estremeceu

Traga de volta e minha face!

Gritei à imagem no espelho

Já não havia um tom que agradasse

Não existia prazer

em revê-lo

Eis que o desespero supera a razão

Minha imagem presa aos cacos

Meu sangue cobrindo o chão

E meu coração despedaçado

Ouvindo-te dizer

que não mereço

perdão