GANHOS E PERDAS

Neuza Maria Spínola

Ao nascermos, perdemos a proteção,

Naquele momento, nossa primeira emoção;

Perdemos o útero e ganhamos o mundo,

Tudo isto, em um pequeno segundo!

Mundo que nos assusta, mundo que nos encanta,

Tem alegria, e muita tristeza que desencanta;

Perdemos a inocência, e aos poucos, a alegria,

Assim começamos nossa triste alforria!

Perdemos o direito de chorar alto,

De gritar, e a infância passa em um salto;

Da confiança na mão que nos segura,

Começamos a voar e a querer aventura.

Ao abrirmos os olhos para o mundo,

Fechamos as portas para algo profundo,

Da sinceridade infantil nos vemos abandonados,

A alma da rua nos fala só de pecado.

Já não tomamos alegres banhos de chuva,

Não damos mais um beijo estalado,

Ganhamos sonhos, dormindo e acordados,

Não pulamos no pescoço de alguém amado!

Ah! Deveria ser eterna a mocidade,

Eternas, as fantasias de um amor de verdade;

E haja sol, haja amor, haja alegria,

Pra não morrer sem um abraço que acaricia!

Este poema foi inspirado num texto enviado por um amigo do Netlog. O título é Estação das Perdas. Achei interessante a idéia e resolvi fazer dela, um poema. Creio que tive um bom resultado. beijos

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