O QUE A DROGA LHE FEZ.

Era bela, uma menina...

tinha todas as chances

para chegar bem na vida,

mas, ao crescer vieram os amigos,

alguns novos, outros da infância,

e a terrivel droga junto com eles lhe foi apresentada,

no seu apartamento fechado,

o telefone tocou,

o interfone também, e nada!

era o craque e a cocaína

que mataram aquela menina,

tão meiga, tão inoscente,

aos olhos que lhe viram nascer,

tristeza ficou, para todos que a amaram,

para os pais, que tudo lhe deram,

e o que lhe faltou?

Menina cheia de brinquedos, amigos, amor,

educação com fundamentos e princípios religiosos,

criada inteira para amar e dar amor,

mas a droga lhe atiçou,

foi mais íntima, fingindo ser amiga,

esta inimiga a levou,

era apenas uma menina,

com todo um caminho para seguir,

preferindo optar ao negro espaço da droga,

a escuridão que lhe trazia e lhe confundia

em luz e coragem,

não roubou, nem matou,

mas, foi dona do seu próprio destino,

as verdades daqueles que lhe apresentaram

e lhe fizeram, apertar as mãos

com um forte comprimento à morte,

droga sem eficácia, sem nada a oferecer

senão ao silêncio profundo de quem

pretende viajar sem sair do lugar,

sim, daquele, que conhece o planeta dormindo,

que chora quando a inimiga droga lhe falta,

é... era apenas uma menina que cresceu,

e fez planos, para se doutorar em medicina,

deixou de conhecer o direito de viver

em plena saúde, ao invéz de tomar o remédio

natural para a sua sobrevivëncia,

preferiu cheirar, fumar, e tragar e eloquência,

decidiu cortar o caminho, para chegar mais rápido

às raias da morte...

Não posso esquecer, que um dia a peguei no colo,

quantas vezes calei seu choro menino,

quantas vezes, coloquei-lhe um pedaço de lã na testa

para parar seus soluços,

é... era linda, olhos negros, pele morena,

na cabeça poucos fios de cabelos,

mas, sabia-se que seriam negros e lisos,

era uma pequena índia,

tinha tudo para estar aqui,

mas, deve não ter visto nada,

preferiu achar beleza no que não via,

tomar as rédias da mais profunda solidão,

e lá se foi, em seu apartamento tão calado,

tão sem ninguém, um corpo de menina molhar deitado,

na profunda super-dose, da droga que lhe tomou

da vida, dos braços dos pais que lhe amaram tanto,

era um dia tranquilo, tarde de sol e céu azul,

quando, interfone e telefone tocaram,

mas, apenas puderam encontrá-la,

arrombando a porta da frente, daquele fúnebre momento,

hoje completa 05 anos daquela presença tão linda,

Porque a droga lhe tomou da vida,

e lhe arrancou dos corações daqueles que apostaram por ela.

Del Dias
Enviado por Del Dias em 01/04/2008
Código do texto: T926161
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