A GUERRA DOS JUÍZOS

Eu pago muito caro, pela ausência de meus crimes;

Porque insisto em tudo aquilo, que meus olhos se recusam ver;

Talvez por ser o único a ouvir, as reais vozes emitidas por meu ser;

Ou por me recusar a expor minhas chagas, em vitrines!

Aqui nesse mundo de homens, não há lugar para humanos;

Pois inventaram o diálogo, justamente porque não querem conversar;

Talvez por isso há tanta oposição, ao discurso de meu olhar;

Ou quem sabe por revelarem suas crises, nos porões de seus enganos!

Se não me obrigo a ter por lástimas, meu reto juízo;

Tampouco me alcança, a vanglória do ato sem fruto;

Tudo que sei é que o modo que nos visitam, eu entendo por furto;

E o que não sei, é se de suas ofertas, eu de fato preciso!

Bandeira branca jamais, pois eu resido nas trincheiras;

Hiroshima e Nagasaki, são aqui dentro de mim;

Eles são Bahamas, eu sou Iraque - e tem que ser assim;

E sigo pagando o alto preço, por minhas mentiras serem verdadeiras!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/03/2008
Reeditado em 25/07/2008
Código do texto: T924881
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