Nuances de amor

Empoleirava todos os fins de tarde

Debruçado na janela

Reencostado a mão

O meu rosto solitário e pálido.

Triste a dor vivente

De não ter senão amargura de amor.

E quando o cavalo negro passava

Naquela mesma hora

Quando o dia dava seu lugar pra noite

Levando um anjo alucinante.

Por instantes ele dava sinal de vida

Um sorriso vagabundo se disfarçava

E em meio à loucura

Dava para se ouvir o pulsar forte

De um coração apaixonado.

Esse anjo que roubou a razão

Sem ao menos saber

Pode até perceber a emoção que causou.

E o suspiro de alegria

Bem no fundo da alma

Foi soprado pra fora.

E quando percebeu lançou-se ao chão

E mergulhando-se em meu olhar

Aproximou-se da janela.

O silêncio profundo se fez

E somente a respiração ofegante de ambos

Podia se ouvir, e uma lágrima vi cair.

Daquele lindo olhar que ao receber um golpe

De alguém que não o queria perto de mim,

Me dizia ti amo e sempre irei ti amar.

Ah!!!!

O mundo desabou, minhas lágrimas secaram

E eu somente espero,

Debruçada na mesma janela

Onde vi meu anjo morrer...

Revê aquele olhar que um dia me disse adeus.