Não sei se te ame ou odeie,
Se te castigo ou premeio,
Pela mágoa que me dás!
E questiono-me, sériamente,
Se estas mesmo consciente,
Se contigo, vives em Paz?
Na adversidade reages,
Como animal cercado,
E a mim repeles, afastas,
Temes ser confrontado!
Não sei se me aparte de ti,
Ou para ti corra ou abrace,
Temo, ambas decisões,
Desconheço o desenlace!
Estou tão confusa, Amor meu,
Já não sei mais o que fazer,
Qualquer que seja meu acto,
Sinto que te estou a perder!
Mas se me afastando,
Assim melhoras...
Se isso te faz mais feliz,
Considera-me, hoje, morta!
Mas não foi isso qu’eu quis!
Que fique em ti a memória,
De meu corpo crepitando,
Em tuas mãos, se entregando
Numa paixão virginal!
Se for chegada a hora,
De desistires disto tudo…
Se então, tua vida ditosa,
Fique o meu amor, Mudo!
Rute Gomes
29.05.05