Marcado para Morrer... ( Elegia )
Marcado para Morrer... ( Elegia )
Delasnieve Daspet
(19.03.08 )
O que vale na vida a força do amor
Ou a conseqüência da paixão?
Somente quem ama define o amor
E consegue estabelecer a entrega que se exige...
O que é preciso para se amar?
Maturidade, abnegação, persistência levariam à plenitude ?
Mas o amor é, também, renúncia e condescendência...
Amar é assumir a condição humana até a morte,
Morrer de amor é o entregar-se
Por uma causa justa, o salvar!
Amar, também, é juntar os cacos do que conhecemos,
Ao drogado, do nosso lado, as vilanias de todas as formas,
As rivalidades, a falta de formação e de aconchego do lar,
Diminuir as diferenças e as razões sem razão...
Todos os jovens estão marcados para morrer...
Ou para matar...Nada lhes resta... é assim que acontece...
Há tanto tempo...
Não há tempo,
Não há vida,
Não há braços,
Não há paixão
À paixão!...
Um dia foi diferente... foi sim!
Um jovem morreu.
Um belo jovem, forte, humilde,
Um jovem que não praticou violência, nem qualquer vilania,
Que não magoou, que não ofendeu,
Que não se envolveu em gangues,
Que não fumou, nem cheirou,
Um jovem que pensava bem de cada ser humano,
Zelou pelos cegos, pelos surdos e mudos,
Que alimentou famintos, que matou sede,
Que agasalhou, que abraçou!
Ressurgiu, sem transgredir nenhuma lei,
Não provocou desordem social,
Não falou mal de ninguém,
Suas reflexões não eram meras balelas,
Gabolices ou ouro de tolos!
Viveu dentro do ético e do moral
....e, morreu!
Morreu de paixão.
Apaixonou-se pelos homens,
Pelos ricos, sábios, simples, poderosos,
Pelo mendigo de rua, pela prostituta,
Pelo tosco e pelo soberbo,
Por mim e por ti...
Apaixonou-se pela vida,
Pela amantíssima vadia e dolorida vida,
E por ela morreu!