TERRORISMO INTERIOR

A minha vida sempre foi uma trágica odisséia;

Os espetáculos foram mais numerosos que os olhares;

Acostumei-me à indiferença, e à desconfiança da platéia;

Estive em tanta solidão, que suas dores me vinham aos pares!

Eu tive que provar, como aprendi a soletrar meus medos;

Os ombros da minha infância, sofreram fardos de velhice;

Perdi a conta das noites, cujo dia não veio tarde e nem cedo;

Inúmeras foram as gargalhadas, a mascarar meu ego triste!

Eu fiz vergonha à minha mãe, e não fui a cópia de meu pai;

Eu não segui a profissão, que um dia eles sonharam;

Um dia me adentrou a aflição, que de mim até hoje não se vai;

Eu condenei meus erros, que meus juízos jamais inocentaram!

Eu tenho perdas e conquistas, eu tenho planos e temores;

Mas na pesagem do que fui e do que sou, eu tento me reerguer;

Eu enfrentei meus dramas, e superei os meus horrores;

Mas não suportaria, se porventura viesse a te perder!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 18/03/2008
Código do texto: T906597
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