TERRORISMO INTERIOR
A minha vida sempre foi uma trágica odisséia;
Os espetáculos foram mais numerosos que os olhares;
Acostumei-me à indiferença, e à desconfiança da platéia;
Estive em tanta solidão, que suas dores me vinham aos pares!
Eu tive que provar, como aprendi a soletrar meus medos;
Os ombros da minha infância, sofreram fardos de velhice;
Perdi a conta das noites, cujo dia não veio tarde e nem cedo;
Inúmeras foram as gargalhadas, a mascarar meu ego triste!
Eu fiz vergonha à minha mãe, e não fui a cópia de meu pai;
Eu não segui a profissão, que um dia eles sonharam;
Um dia me adentrou a aflição, que de mim até hoje não se vai;
Eu condenei meus erros, que meus juízos jamais inocentaram!
Eu tenho perdas e conquistas, eu tenho planos e temores;
Mas na pesagem do que fui e do que sou, eu tento me reerguer;
Eu enfrentei meus dramas, e superei os meus horrores;
Mas não suportaria, se porventura viesse a te perder!!