Tentando me achar me perdi
Vento que sopra,
vento cortante,
dor lancinante que atormenta.
A distância corroi o próprio corpo
que dói.
A dor já não incomoda, companheira
o rosto cansado
o corpo curvado, tão jovem.
Os olhos opacos
não são nem a sombra do que eram,
não refletem, não brilham,
não sorriem.
Tão longe de tí, me afasto de mim.
Tão longe de mim, me afasto da vida.
Vida, doída, voraz.
E a vejo passando, da janela do mundo,
afastado do mundo no sul do país,
onde o vento é cortante,
onde o frio é constante.
A verdade é uma só, não mente,
fugí para cá, para fugir de quem?
Para tentar me encontrar, me perdí,
e não sei mais me achar.