CHOVE...
Olho através da vidraça
e vejo lá fora a chuva leve
transformando meu jardim
numa tela de Monet.
Ah, essa chuva que não passa,
que se impõe e se atreve...!
Chove... E esse tempinho deprê,
chuvoso, frio e ruim
vai escurecendo lá fora
e dentro de mim...
E fica pingando tristeza
no meu caminho,
no meu coração...
Pinga remorso e saudade,
pinga desilusão...
Esse tempinho chuvoso,
de chuva fininha
caindo mansa do céu
esfumado, cor cinza grafite,
sem calor, sem beleza,
escuro, sem sol e sem fim
como o Bolero de Ravel,
me deixa assim...
Assim...Tão triste...
Leide Borges