Deveras!

O que é que eu farei agora?

Já que sei que não me desejas,

Será este o fim inevitável de um começo

Que nem mesmo deveria ter havido?

E que só existiu dentro de mim

E que não podia ter um fim

Porque esse fim

Nasceu sem seu início.

Deveras!

Mas que deveras?

Se a verdade é que não morrestes.

E continuas latejando incessante

Aqui dentro...

Sei que não me esquecerias antes

Que eu me derretera em palavras,

Para suportar sua existência

Em meus sonhos, em meus versos,

Em meus cantos e em minha vida.

Esta que amputa,

Bruscamente sua imagem

Tentando me reparar um equívoco,

Que eu mesma,

Pus-me ao risco de cometer.

Mas não!

Aqui faço ponto às lamúrias,

Que elas não me persigam mais,

Que elas me deixem dormir em paz,

Pelo menos esta noite....

E que eu não me iluda

Com o amanhã,

Nem menospreze o passado,

Que afinal me fez feliz,

Pelo menos em sonhos.

Izabel Bento
Enviado por Izabel Bento em 11/03/2008
Código do texto: T896021
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