Deveras!
O que é que eu farei agora?
Já que sei que não me desejas,
Será este o fim inevitável de um começo
Que nem mesmo deveria ter havido?
E que só existiu dentro de mim
E que não podia ter um fim
Porque esse fim
Nasceu sem seu início.
Deveras!
Mas que deveras?
Se a verdade é que não morrestes.
E continuas latejando incessante
Aqui dentro...
Sei que não me esquecerias antes
Que eu me derretera em palavras,
Para suportar sua existência
Em meus sonhos, em meus versos,
Em meus cantos e em minha vida.
Esta que amputa,
Bruscamente sua imagem
Tentando me reparar um equívoco,
Que eu mesma,
Pus-me ao risco de cometer.
Mas não!
Aqui faço ponto às lamúrias,
Que elas não me persigam mais,
Que elas me deixem dormir em paz,
Pelo menos esta noite....
E que eu não me iluda
Com o amanhã,
Nem menospreze o passado,
Que afinal me fez feliz,
Pelo menos em sonhos.