FERIDAS NA ALMA

FERIDAS NA ALMA

Paulo Gondim

04/03/2008

Sei que trafegas por vias infinitas

Carregando as dores, a tristeza

E essa saudade que em ti habita

Como folha seca na correnteza

E no rio poluído de teus sonhos

Pouco resta que se aproveite

Apenas vultos no pensar vazio

Que se foi e que um dia foi deleite

A caminhada já não exige pressa

Os passos lentos, o olhar perdido

O cabelo ralo, a pele grossa

Tudo ali te parece esquecido

E segues em passos pequeninos

Organizando poucas lembranças

Num canto qualquer do passado

Já que restam poucas esperanças

E olhas, em volta, pensativo

Na pouca lucidez que te trás calma

E lavas com tuas lágrimas frias

As feridas que comem tua alma