ASSIM

E assim como estou...

Com todas as minhas dez mãos presas às costas

E você ainda aposta na minha salvação?

Não tenho motivos pra me dizer liberto...

Nem nada certo para lhes falar

Mas umas coisas etéreas para atacar.

Eu poderia fazer das minhas mãos prancheta

E projetar à navalha tudo que quero ter

Mas as linhas ficarão vermelhas quando eu desenhar você...

O oposto do sentir é o sentido significante do Morto

Pois estar sem poder se entristecer

É não sofrer e desta forma se libertar... é?

E sempre que prezo minha liberdade tenho medo

Já que não é... Bom, não lembro o que escreveria

Mas era mais uma bobagem sobre minha tristeza: tautologia.

Não me cobre maravilhosamente me descrever assim

Sem ter guia lugar aonde ir

E tantos ventos me empurram e me cobrem de areia...

E ás vezes sorrio quando me pedem...

Ou finjo sempre sorrir por lembra algo bom

Mas não o tenho nunca para lembrar.

Finjo estar muito bem comigo mesmo...

E com tudo que na minha intimidade acontece

Mas, mas, mas como me fazem bem coisas que não existem?...

Antes eu podia... Sentir-me menos só...

E muito amado... mas, em dias de aluvião...

Não. Não.

Eu quase morri; eu quase morri.

Eu quase morro; eu quase morro.

Eu amo usar este pronome para me descrever...

Eu sou eu mas nada sou eu sem você;

E não termino assim,

Eu já me vou, eu já me vou.