Memória

Aquele sopro de saudade inconsistente...

um alvorescer óbvio.

E seu rosto desbotou ,numa memória fajuta...

Ouvi pela segunda vez a voz cega do meu vício

e nesse instante me pareceu menos única aquela frase que sussurrei.

Me beije em pensamento.

Me olhe, me toque.

Um espelho de costas, refletindo o abismo.

te dei a mão,te dei asas.

te dei um arco-íris preto e branco.

te dei milagres.

Aquele breve esvoaçar de imagens...

seus olhos fechados,seu gosto...

e apenas um eco infinitamente sobreposto.

dei de comer a mil monstros

sobrevivi.

E ainda hoje vejo a minúscula linha que equilibra a Lua

linda e pálida, sobre nossas cabeças