Fumo
Fumaça que sai do lábio afora
De quem não anseia outra aurora
Dormindo em minha terra, acordando em outra
- Minha terra, é meu sonho da madrugada!
Porém os sonhos que tenho
Esvaziam-se como o fumo,
Que envenena, encurta e enluta
As esperanças vividas que não empenho
Pois o corpo já não mais luta.
Fumaça ludibriada que se perde ao céu
Enterrando o porvir num mausoléu
Tragando de si a própria vida
Caminhando afora de sua terra em partida.