Canção Em Meia Lágrima ou Canção de Despedida
Canção em Meia Lágrima.
Deixe-me me afogar no passado
Nessas eternas nodoas molhadas
De um pranto que jamais cessará
Enquanto eu abrir melodiosa a mesma ferida;
Deixa-me esta noite beber a ilusão
De um passado vil e inesquecido
Que ainda hostil cisma em bater em minha porta
Para matar de lágrimas quem ainda ouve...
Que lira maldita que me sufoca
Violão dedilhado a dedos de anjo...
Que solidão, que pranto sofrido
Que deveras não sai de minh’alma.
Continuo com lábios mudos a cantar...
Cantar suas canções ao vento,
“Em meio à noite ao relento”
Como se jamais esqueceria o legado.
E eu não entendo por que ainda nado...
Inerte e sufocante neste rio de lembranças
Em meio nesta tempestade desvirtuosa
Bebendo e deleitando deste vinho envenenado;
Talvez assim seja a maneira de reviver para se despedir,
Despedir com uma lágrima pranteosa de vitória
De quem lutou até o seu derradeiro e ultimo suspiro
Mas que jamais sentiu o prazer dos fins da glória.
Adeus, assim eu digo... Pois é hora de aplaudir,
Canções, prantos e poemas a fim de eternizar
Tudo o que veio da penosa alma, e coração
Compositor temente e descrente do amar.