BEIJAR UMA ROSA MURCHA
Misturo nos meus versos o chorar do dia
Em lágrimas desatadas e marcantes
Que prolongam o rugido da noite fria
De um amor ridículo sem amantes
Mergulho em palavras sonolentas
Letras que tropeçam em disparates
Em voz monocórdica de frases lentas
Num puzzle de aconchegos e apartes
Suspiros de mágoa são salpicos de dor
Que desabam no rosto recusa de sorrir
Abafada num longo silencio sem cor
Como beijar uma rosa murcha antes de florir
O sofrimento é uma vertente de um poema
Que se exibe contagioso de solidão
Enevoando os olhos de saudade e lama
De uma vida morta por um outro coração