Feche os olhos
O silêncio permance suspenso no ar
Silêncio pós-bomba atômica, irreversível
Silêncio de criança emudecida
Silêncio de um beijo nunca dado.
Do além espasmo, da quantificação do absurso.
O silêncio perplexo diante dos teus olhos
Das tuas palavras extremamente agudas
Do sangue nas veias, tão silencioso
Até mesmo o coração bate em silêncio
Na agústia de chorar sem som.
São bocas abertas à minha volta
Palavras jogadas à esmo, que o vento leva
Gestos assim, sem nada mais
Alguém acende um cigarro à distância
E fuma em completo silêncio.
A esperança arrumou as malas
Parte para suas merecidas férias
Olha para trás à toda hora
Com aqueles olhos e sorriso de compaixão
De quem teme minha reação ao seu partir.
Já esteve arraigada a mim por tanto tempo
Mas te digo minha amada, eu te imploro:
Vai, vai sem olhar pra trás
Senão eu corro e te abraço
E não te deixo ir nunca mais.