Caneta
A caneta fere as páginas virgens
de um tempo pleno de ausência.
Enchem-se os dias de nada
e escrever é quase delito.
Mácula neste branco vazio.
Entre a pena e a mão
corre um rio em chamas.
Entre o peito e a boca
eleva-se a lava de um vulcão.
Que o gelo seca.
Que as tempestades apagam.