Caneta

A caneta fere as páginas virgens

de um tempo pleno de ausência.

Enchem-se os dias de nada

e escrever é quase delito.

Mácula neste branco vazio.

Entre a pena e a mão

corre um rio em chamas.

Entre o peito e a boca

eleva-se a lava de um vulcão.

Que o gelo seca.

Que as tempestades apagam.

Clotilde S
Enviado por Clotilde S em 23/02/2008
Código do texto: T872794
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.