A Porta

Quando abro a janela,

Vejo que a única coisa

Que me matem vivo

É a certeza que não morri.

Sinto o cheiro da angustia

Afogar minha alma e

Inunda de tristeza o um único

Sorriso amarelo que me resta.

Transborda de dor o que já

Não tem mais como doer.

E rouba de mim a imagem

Que não tive, apenas sonhei.

O que me resta,

São frangalhos de uma vida,

Retalhos que alguém deixou cair.

Que nem sentiram a falta,

E nem jogaram no lixo.

Migalhas que a vida me nega,

Lagrimas que não caem mais,

O cheiro da morte ronda meu corpo

E seu sussurro doce me atrai.

E quando abro a janela...

Veja uma porta que chama o meu nome.

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 22/02/2008
Reeditado em 22/02/2008
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