DESALENTO

Quando à noite, a inspiração é o desalento

E as pálpebras são janelas da poesia,

Eu percorro nas visões de um sonho lento,

As paisagens do meu ser de alma vazia.

Há um mundo conturbado e apenas eu,

Solitária expectadora do meu destino

Choro as mágoas de tudo quanto se perdeu

Nos abismos da minha alma em desatino.

Tu te comoves da cadência dos meus versos;

Quando ledos, tu sorris na plenitude;

Os teus olhos, nos papéis estão imersos,

E eu na divina contemplação dessa atitude ...

Quando os versos, de tristeza estão ungidos,

Tu choras na versão desta verdade ...

É a partida que despertou, os teus sentidos

E eu choro por não poder sentir saudade !