Vida morta
Feliz porque já é morta estatueta.
Na vida a mercê do vento.
Os sentimentos não ditos,
As lembranças nem vividas,
Já morta,
Nem sofre, voa...
Dores, queimaduras, lampejos, raios e trovões,
Perdida referência guardada nesse lago abissal de tristeza.
Descuidava da vida não dita!
Palavras, versos, conversas,
Negados aos ouvidos
Pronto, matou e morreu!
Tudo resolvido?
Simples cantigas acalentam...
A falta faz a quem?
A estatueta é morta,
Só lamenta a perda, sentiu.
E se me dão licença...
Morta não faz falta,
E nem tem tristezas...
O amor,
Cristalizou.