Bússola de sonhos

A estrada estendia-se ao horizonte

Muito além de onde seus olhos podiam ver

O sol brilhava alto, forte.

Os reflexos enganavam-lhe a visão

E à frente via-se tudo embaçado

A terra parecia ondular-se

imitando as águas do mar

No corpo pouca roupa

A pele branca

contrastava com o escuro dos cabelos

O mel dos olhos parecia tão doce

Quanto a feição do rosto

Depois da cerca da encosta

Seguia um verde alvo

cobrindo o campo até o pé das montanhas

Agora o Sol já se punha

afligindo-lhe os olhos

Não expressava dor,

parecia confusa

Caminhava só, sem rumo

Na mão, uma bússola quebrada como guia

Nas costas, a mochila vazia

Não tinha nada

Não precisava de nada

Carregava apenas seus sonhos.

Por Loise Clemente

Em: 03/06/06