SOU POETISA
Sou poetisa que nas horas vagas se faz ausente
E a beleza do que vês, vem dos teus olhos ...
O que penso nos momentos fúteis, é tão somente
A certeza de que entre flores, colho abrolhos.
Nem criança, nem mulher porque assim eu quis
E além de doçuras, também sorvo taças de fel
E degusto, solitariamente, a ilusão de ser feliz
Mas acordo tristemente, sob um obscuro véu !
Se sou lua é por ser fria e tão distante, feito ela !
Se te aqueço é porque minha alma queima de dor;
Não tenho brilhos, nem cores fortes de aquarela,
Nem tampouco tenho imensas asas de um Condor.
Se lhe deixo ainda repleto de dúvidas, como vês !
É porque tais dúvidas, certamente, partiram de mim;
Triste sombra obscura foi o que a vida de mim fez;
Outra vez, flor sem cor, despetalada de um jardim !
(Poema dedicado ao Dr. House)