POEMA DE MERGULHO
Não ando escrevendo nada que preste
E mesmo que eu deteste esta situação tende a ficar assim
Pois minha tristeza vem da falta de atenção
E estar triste faz mal à inspiração
Eu estou sempre bem comigo
Pra não dizer que minha tristeza é completa
E que estou a ponto de não querer mais existir
Mas existe o que sempre quer me manter aqui
Eu tenho esperança, eu tenho um montão destas
Guardadas no bolso de uma calça numa gaveta tal
Eu me enveredo, eu me descrevo, eu não percebo
Ou eu percebo que escrevo tão mal...
É tão difícil escrever bem verdadeiramente
Pois a gente só sabe expressar quando se pensa
Não se pode estar sobre a influência
E esta ligeira doença me afeta e minhas letras ficam analfabetas...
E, assim, sigo sem dizer coisa com coisa
Pois não quero mais coisa pra mim
Pois atenção é o que peço e coisas não dão atenção
Dão prazer, dão suprir, dão satisfação do imediato.
Luz que me quebra os olhos em fina pele sensível demais
Não deixe que eu me eduque a saber muito de você
Pois preciso me impressionar...
Oh santíssima tristeza, esta canção, poema ou oração, eu devo-lhe...